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Arcabouço fiscal: governo divulga proposta para substituir teto de gastos


ALF

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Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, divulgaram nesta quinta-feira (30) a proposta para o chamado "arcabouço fiscal".

Se aprovada pela Congresso, a nova regra para as contas públicas vai substituir o teto de gastos em vigor desde 2017 como novo parâmetro para limitar os gastos do governo.

 

O objetivo, com isso, é garantir um equilíbrio entre a arrecadação e os gastos, para que as contas públicas voltem a ficar "no azul". A meta é zerar o balanço já em 2024 e registrar superávit a partir de 2025.

 

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depende dessa nova proposta para:

 

fazer gastos considerados prioritários em saúde, educação e segurança;

ampliar investimentos públicos e impulsionar o crescimento econômico;

e, ao mesmo tempo, garantir o controle da dívida pública e da inflação.

 

O arcabouço fiscal pode ser comparado a uma caixa de ferramentas com a qual a equipe econômica trabalhará para evitar uma alta maior na dívida pública.

 

O que prevê o novo arcabouço

 

Despesa atrelada à receita

 

A proposta prevê que, a cada ano, o crescimento máximo dos gastos públicos seja de 70% do crescimento da receita primária (ou seja, da arrecadação do governo com impostos e transferências).

 

O dado será considerado entre julho de um ano e junho do ano seguinte, para permitir a inclusão das metas na proposta de orçamento.

 

Ou seja: se a arrecadação do governo crescer R$ 100 bilhões nesse intervalo, o governo federal poderá ampliar os gastos em até R$ 70 bilhões no ano seguinte.

 

Limite de crescimento real da despesa

 

Há, no entanto, um segundo limite. Mesmo que a arrecadação aumente muito, o governo terá que respeitar um intervalo fixo para o crescimento real das despesas.

 

Essa banda vai variar entre 0,6% e 2,5% de crescimento real (ou seja, desconsiderada a inflação do período), a depender do cumprimento das outras metas econômicas previstas no arcabouço.

 

Ou seja:

 

nos anos em que o Brasil tiver dificuldade em cumprir metas e arrecadar impostos, o crescimento real dos gastos não poderá ser inferior a 0,6%.

 

nos anos em que o Brasil "decolar" – e, com isso, aumentar muito a arrecadação –, o crescimento real dos gastos não poderá ser superior a 2,5%.

 

Esse intervalo também funciona como um teto de gastos, mas é mais flexível que as regras atualmente em vigor. Hoje, os gastos são corrigidos apenas pela inflação, ou seja, com crescimento real de 0%.

 

A regra proposta tem caráter anticíclico.

 

De um lado, o crescimento real mínimo de 0,6% estimula a economia no cenário ruim, quando a atividade econômica estiver lenta.

 

Do outro, o crescimento real máximo de 2,5% segura os gastos públicos nos momentos de fartura, evitando o descontrole das despesas.

 

Intervalo para a meta do resultado primário

 

O arcabouço fiscal altera também o formato da meta de resultado primário das contas públicas.

 

Esse resultado primário é o saldo entre a arrecadação e as despesas do governo, sem considerar o pagamento de juros da dívida. É desejável que o país tenha superávit, ou seja, poupe parte do dinheiro arrecadado para reduzir a dívida ou construir reservas.

 

Hoje, a meta de resultado primário é um valor exato. O arcabouço propõe um intervalo, ou "banda", de resultados possíveis.

 

O modelo é similar ao da meta de inflação que já existe hoje – que trabalha com um valor central e um intervalo de tolerância, para mais ou para menos.

 

Para 2024, por exemplo, a meta do governo é igualar receita e despesa. Em termos matemáticos, um resultado primário de 0% do PIB.

 

Pelo sistema proposto, a meta será considerada "cumprida" se ficar entre superávit de 0,25% e déficit de 0,25%.

 

O projeto também estabelece o que acontece se essas metas forem descumpridas, para mais ou para menos:

 

se o resultado primário superar o limite máximo da meta, o excedente arrecadado pelo governo e não gasto poderá ser direcionado para ampliar investimentos;

 

se o resultado primário ficar abaixo do limite mínimo da meta, há uma limitação para o ano seguinte: as despesas poderão crescer só 50% do crescimento da receita (e não mais os 70% originais).

 

Fundeb e piso da enfermagem fora do teto

 

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o novo arcabouço fiscal não limita despesas como o fundo da educação básica (Fundeb) e o piso da enfermagem já aprovado pelo Congresso.

 

De acordo com Haddad, a proposta mantém regras constitucionais, já existentes, sobre os investimentos mínimos em educação e saúde e a garantia de custeio das duas áreas.

 

Meta de resultado primário

 

Caso o novo arcabouço seja aprovado e implementado, o governo prevê:

 

zerar o déficit público da União no próximo ano;

superávit de 0,5% do PIB em 2025;

superávit de 1% do PIB em 2026.

 

Segundo o governo, com o novo arcabouço, será possível estabilizar a dívida pública da União em 2026, último ano do mandato do presidente Lula, a no máximo em 77,3% Produto Interno Bruto (PIB).

 

A relação entre dívida pública e PIB, no entanto, não é uma meta macroeconômica formal do governo. A área econômica trata a melhoria desse indicador como um objetivo a ser perseguido, de forma mais ampla.

 

Parte dos especialistas defendia que o novo arcabouço tivesse uma meta concreta para a dívida. A equipe econômica avalia, no entanto, que esse indicador inclui variáveis que não são controladas pelo governo.

 

Na avaliação de equipe de Haddad, o ajuste é importante, mas gradual. A previsão é que, neste ano, o governo feche com déficit na casa dos R$ 100 bilhões.

 

Para 2024, a proposta prevê que o déficit seja zerado, com superávit no terceiro ano do mandato de Lula.

 

haddad-e-tebet.jpeg
G1.GLOBO.COM

Governo Lula quer garantir gastos prioritários e investir mais sem gerar descontrole nas contas. Texto que vai ao Congresso tem 'piso' para investimento e permite elevar gasto de acordo com o crescimento da...

 

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Líderes da oposição participam de reunião com Haddad e dizem que nova regra fiscal é “factível”

 

fernando_haddad_ministro_fazenda_38-e168
WWW.CNNBRASIL.COM.BR

Integrantes de partidos oposicionistas participaram dos encontros tanto na residência oficial da Câmara dos Deputados, na quarta (29), quanto na presidência do Senado, nesta quinta (30)

 

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17 minutos atrás, ALF disse:

Líderes da oposição participam de reunião com Haddad e dizem que nova regra fiscal é “factível”

 

fernando_haddad_ministro_fazenda_38-e168
WWW.CNNBRASIL.COM.BR

Integrantes de partidos oposicionistas participaram dos encontros tanto na residência oficial da Câmara dos Deputados, na quarta (29), quanto na presidência do Senado, nesta quinta (30)

 

OMG Haddad 2026

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14 minutos atrás, danielqsc disse:

No fim das contas, eu gostei :e17:

@Ricardo Viz, ministro da Economia do Eplay, o que achou? :e17:

 

haha De forma geral também gostei do que consegui ver até agora, amigo. Muito chão pela frente, claro, mas é um grande alívio uma regra fiscal racional enfim ter sido apresentada. 

 

Agora, vale atentar pra esses pontos aqui:

 

 

E tem os bons sinais também:

 

Fsfob1qWIAU2Or5?format=jpg&name=small

  • HAHA 3
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7 minutos atrás, Ricardo Viz disse:

 

haha De forma geral também gostei do que consegui ver até agora, amigo. Muito chão pela frente, claro, mas é um grande alívio uma regra fiscal racional enfim ter sido apresentada. 

 

Agora, vale atentar pra esses pontos aqui:

 

 

E tem os bons sinais também:

 

Fsfob1qWIAU2Or5?format=jpg&name=small

O tweet do comunista :e6:

  • HAHA 1
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48 minutos atrás, Pulp disse:

E não é que eu gostei :facepalm:

O problema como sempre vai ser o congresso (Por pura birra), acredito que até a versão final o texto mude bastante 

Como assim o problema é o Congresso? É a casa do povo, eles são eleitos justamente por isso. Cada noção democracia distorcida que tem por aqui

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